Análise de Confiabilidade de Redes Ópticas Externas
Enviado em 04.09.2020

Análise de Confiabilidade de Redes Ópticas Externas

Os aspectos de projeto de uma rede óptica poderão ser observados e analisados de acordo com o nível de confiabilidade que se deseja

O processo de expansão de rede nos provedores regionais ocorre quase sempre de maneira semelhante: as redes de distribuição e atendimento são lançadas, a carteira de clientes vai aumentando e o gestor rapidamente começa a planejar redes mais longas para aquisição do link de dados e também redes para atendimento em outros locais/municípios.

Em operações maiores, muitas vezes projetamos redes de dupla abordagem e proteção, podendo realizar conexões em diferentes pontos, geralmente com topologia Anel;

Os aspectos de projeto de uma rede óptica poderão ser observados e analisados de acordo com o nível de confiabilidade que se deseja, com definição de parâmetros levando em conta não só os itens expostos abaixo, mas também critérios que poderão ser adotados pela equipe de gestão de redes de cada empresa, com objetivo final de tornar cada rede de acesso o mais confiável possível, dentro de uma faixa orçamentária.

Nessas horas é importante lembrar que as redes de acesso não podem parar, qualquer falha que possa ocorrer tem o potencial de ser desastrosa para sua operação.

As informações abaixo relacionadas levam em conta experiências de campo e atendimento à critérios de projeto e execução de redes, com ênfase em falhas nas redes de longa distância, ou enlaces em fibra óptica:

Utilização de cabos adequados para o trajeto: levando em conta aspectos físicos e ambientais, como topografia do relevo, locais de passagem de cabos sob estradas, rios, montanhas e vales. Recebo quase que diariamente perguntas e questionamentos sobre qual cabo deve-se comprar. A resposta é simples, deve-se comprar cabos que sejam adequados ao posteamento que será utilizado, tomando como exemplo um local que tenha lances maiores do que 120 metros, deverá ser utilizado cabos tipo AS200, pois somente dessa forma podemos garantir a manutenção das características físicas e mecânicas da rede, evitando sobretração no cabo, quebra de postes, flechas e catenárias inadequadas, e também o corrimento de fibras dentro do cabo;

Implantação de redes subterrâneas: rodovias, ferrovias, linhas de transmissão, pontes, praças, acessos de veículos, postos de combustíveis poderão receber redes canalizadas ou diretamente enterradas, de acordo com as possibilidades do local. Existem várias maneiras de se realizar a implantação, como o valetamento, microvaletamento, método-não-destrutivo (ou MND); Cada uma

Implantação de posteamento próprio para passagem do cabo: em locais onde o posteamento da concessionária não atende critérios de alturas e distâncias, em desvios ou locais onde o posteamento não pode ser acessado, rodovias e estradas municipais; 

Aferição de alturas e distâncias de rede no pós execução: levantamento de pontos críticos onde o cabo poderá sofrer rompimento, realizar obra de readequação mecânica para atendimento aos critérios de projeto;

Planejamento da rota: para redes de longa distância é aconselhável a escolha de posteamento do tipo alimentador intermunicipal, essas redes recebem manutenção periódica, são projetadas utilizando-se de critérios mais conservadores e apresentam um índice menor de falhas do que redes de distribuição secundárias. Muitas vezes o planejamento aponta para necessidades de readequação eletromecânica, com substituição de postes da concessionária, podendo ser por postes de maior altura ou maior bitola, conforme o caso;

Mapeamento de locais críticos: Conheço alguns gestores de rede que adotaram a tática de mapear os locais críticos de cada rede de acesso, com objetivo de melhora no tempo de atendimento às ocorrências, com resultados muito bons. Muitas vezes foi possível saber o que ocorreu somente com as características físicas do local mapeadas. Uma boa iniciativa nesse sentido é mapear os locais utilizando GPS e imagens, e inserir esses dados na base de cadastro de redes.

            É importante termos ciência sobre a relação custo de implantação x confiabilidade x custos em SLA (Service Level Agreement) para que possamos obter um ponto ótimo e saber qual o valor a investir em uma rede de acesso!

Eloi Piana – Engenheiro Eletricista formado pela Unioeste, Diretor da Instelpa Engenharia Elétrica, Certificado em Projeto de Execução de Redes Ópticas.

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