Os 7 Passos do Planejamento de Redes de Telecom
Enviado em 06.07.2020

Os 7 Passos do Planejamento de Redes de Telecom

Constatamos a importância do dimensionamento e planejamento de redes, pois com o aumento da necessidade por serviços de qualidade levamos as operações a limites muitas vezes não planejados.

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No ciclo das telecomunicações iniciou-se uma nova fase após a descoberta do Corona vírus, a demanda por serviços nunca foi tão grande, o tráfego de dados aumenta de forma exponencial, e a comunicação mais do que nunca é atividade essencial.

Inseridos nesse meio, constatamos a importância do dimensionamento e planejamento de redes, pois com o aumento da necessidade por serviços de qualidade levamos as operações a limites muitas vezes não planejados.

Uma boa rede é construída com a adoção de procedimentos e planejamento de forma cíclica, onde a as fases vão se completando e as informações relevantes levadas adiante, os problemas sendo resolvidos e a concepção do projeto tanto de rede passiva quanto de adequação eletromecânica que se compatibilizam, levando ao executor o conjunto de informações necessárias para o funcionamento e atendimento ao que foi estabelecido.

Os trabalhos de campo para coleta de dados deverão ser realizados afim de obter informações e definir parâmetros de projeto e construção. Somente desta forma conseguiremos aplicar as técnicas mais viáveis de atendimento. Listamos abaixo parâmetros e fases de projeto que poderão ser realizadas e auxiliarão muito no desenvolvimento das suas atividades.

  1. Obtenção de dados sobre o local da implantação.

É essencial a realização de consultas variadas antes de realizar o dimensionamento da rede passiva, levantar características demográficas do local, obter projeto com divisão de lotes, análise de renda, perfil de clientes para aí fazer o dimensionamento de portas.

  1. Existe viabilidade técnica para instalação da minha rede?

Analisar todas as rotas (principalmente os Backbones), levantar as ocupações da mesma forma que o pessoal da concessionária. Sendo mais claro, as concessionárias de energia espalhadas pelo país muitas vezes consideram a contagem de pontos de fixação de forma distinta, sendo que algumas consideram o número de BAP’s nos postes, outras os pontos de fixação de cada ocupante, independente do número de cabos. Verificar também, pois em alguns locais é considerada como fixação agrupada quando há pontos distintos de empresas pertencentes à mesmos grupos econômicos, como por exemplo Embratel, Claro e NET;

  1. Obtenção de rotas compatibilizadas do Projeto de Rede Passiva x Projeto de Compartilhamento de Infraestrutura.

Este item é muito importante, em nossas atividades diárias constantemente nos deparamos com os projetos de distribuição elaborados via Google. Certamente essa é uma ótima ferramenta para retirada de dúvidas, consultas e elaboração de projetos, porém, há de se lembrar que na maioria dos locais não há uma atualização frequente dos dados, bem como inexistência da função Street View, que poderá ser utilizada para poupar tempo do projetista, que poderá ir a campo revisar com prioridade vistoriar rotas onde haverá necessidade de readequação;

  1. Aferição de alturas e distâncias de rede externa.

A medição deverá levar em conta a distância entre o cabo de fibra projetado e as redes de Baixa e Média Tensão, bem como distância do cabo em relação ao solo no meio dos lances de postes e no meio das faixas de cruzamento de rodovias, avenidas, ruas e acessos. O número de ocorrências (algumas fatais) está aumentando, campanhas de conscientização estão sendo realizadas em várias concessionárias do país. Vale lembrar que o Ocupante poderá ser responsabilizado caso seja constatado o não atendimento aos critérios técnicos de alturas e distâncias, podendo responder civil e criminalmente;

  1. Vistoria em locais onde será implantado infraestrutura própria de postes.

Deverá ser realizado análise de necessidade de engastamento utilizando base de concreto ou escora em locais onde o solo poderá ceder e desalinhar a estrutura, também é importante definir os locais exatos de implantação, levando em conta o alinhamento de redes de água, esgoto e gás, que normalmente estão em distância padrão do meio-fio, e poderão ser obtidas em consultas aos órgãos competentes como prefeituras e empresas concessionárias de serviços. É importante analisar o impacto do posteamento aos moradores do local, escolhendo os locais minuciosamente com objetivo de não atrapalhar entrada e saída de veículos e também a estética de prédios comerciais e residências;

  1. Análise de implantação de redes subterrâneas.

É indispensável o levantamento de redes subterrâneas que possam existir nos locais de implantação, como por exemplo: gasodutos, água e esgoto, telefonia, elétrica e dutos de infraestrutura em geral. O rompimento de redes subterrâneas pode ser muito difícil de consertar, além de causar grande risco de acidentes, explosões e descargas elétricas, que poderão ter consequências catastróficas.

  1. Definição de locais de instalação de cabos com tração reduzida e lances com cordoalha.

Você certamente já viu locais onde a rede elétrica “embarriga”. É necessário que a flecha da rede óptica acompanhe a flecha da rede elétrica, nesses casos normalmente utiliza-se tração reduzida e engastamento de cabo lance a lance. Também existem locais onde o cabo óptico não poderá ter flecha, onde recomenda-se a instalação de cordoalhas lance a lance com espinamento de cabos;

O bom gestor certamente já entendeu que estamos vivendo em uma nova era onde a essencialidade dos serviços é consenso. Portanto, devemos investir da maneira correta os recursos a fim de prover bons serviços, agregando valor para a operação e não entrando em disputas com concorrentes que não têm a mesma qualidade!

Eloi Piana – Engenheiro Eletricista formado pela Unioeste, Diretor da Instelpa Engenharia Elétrica, Certificado em Projeto e Execução de Redes Ópticas.

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