Novos desafios dos ISP: Telefonia IP, Mobilidade e Valor Agregado
Enviado em 26.06.2019

Novos desafios dos ISP: Telefonia IP, Mobilidade e Valor Agregado

Já existem diferentes propostas sobre protocolos que permitirão a mobilidade dos clientes através das redes de diferentes provedores

Os serviços telefônicos baseados na nuvem têm tornado mais simples manter o profissionalismo nas empresas. Seja na rua ou no escritório, você pode utilizar funcionalidades populares de telefonia e também funcionalidades aprimoradas para fazer um trabalho mais produtivo. Tudo com custos acessíveis mensais.

Em primeiro lugar, sabemos que o sucesso futuro dos serviços de dados móveis vai se construir sobre a utilidade dos conteúdos, e dentro deles, no aproveitamento da mobilidade mais do que na velocidade de acesso. As aplicações hoje já visam adaptar informações para poderem ser consultadas e/ou utilizadas desde qualquer dispositivo mobile.

Essas aplicações são desenvolvidas geralmente para serviços e fabricantes específicos que oferecem a habilidade de manter as informações sempre ao alcance das mãos e com fácil acesso. Durante os últimos anos os desenvolvedores têm transformado o jeito em que as Empresas compram e implantam as comunicações e, embora ainda existam algumas, muitas das soluções que foram baseadas em software livre, hoje foram adquiridas por Corporações privadas. Porém, temos modelos de negócios adequados para essas novas tecnologias? Estamos prontos para utilizá-las?

Para poder suportar estes serviços, é mandatório que as infraestruturas corporativas suportem comunicação efetiva com dispositivos móveis, os quais deverão poder acessar a informação em tempo real, sistemas de colaboração e outros dados enquanto cursam comunicações por voz e vídeo. Um exemplo disto é o trabalho em conjunto entre a Apple e a Cisco para integrar os dispositivos iPhone, como extensões do sistema Cisco Spark e do serviço Cisco Collaboration Cloud, o que permite implantar soluções focadas 100% no corporativo com conectividade Wi-Fi, VoIP, Colaboração e melhoras nas prioridades da rede para aplicações em tempo real.

Os fabricantes com mais experiência têm os meios e o conhecimento para poderem oferecer soluções tecnológicas adequadas para cada cliente, a serem escolhidas dentre um grande catálogo de produtos. As parcerias e integrações que cada um destes fabricantes possuem, é fundamental para a escolha.

Muitos fabricantes oferecem também soluções White-label que permitem customizar os produtos com as logomarcas e cores do Provedor para poder entregar um serviço mais adequado.

Escritório no bolso

Mediante uso de Softphones e aplicações de colaboração, é possível interagir com as atividades do dia a dia da empresa desde qualquer lugar do mundo, isto já não é novidade. A novidade, é que cada vez mais os fornecedores de serviço estão se voltando para… justamente, oferecer mais serviços de valor agregado.

Seguem alguns exemplos:

– PABX Virtuais na nuvem com funcionalidades para que o gestor de cada empresa possa monitorar o fluxo da operação e fazer uma virada de último momento desde um app. Além disto o serviço na nuvem permite uma alta disponibilidade, georedundância e monitoramento de QoS com alarmes.

– Aplicações de colaboração que permitem manter redes internas de dados, privadas, onde é possível compartilhar a informação de um jeito seguro e confiável entre os participantes, e integrar com editores de texto, planilhas de cálculo, etc.

– Customização e integrações com sistemas de administrativos, de gestão e de faturamento que permitem manter a informação unificada e consistente para toda a organização.

Para entregar as aplicações os datacenters distribuídos, já contam com CDN (Content Delivery Network) e soluções que permitem que uma máquina virtual seja espelhada em diferentes sites, para que o cliente sempre acesse a informação na locação mais próxima, aumentando a estabilidade e reduzindo a latência para serviços Real Time e Soluções OTT, logrando assim garantir um bom ambiente para lograr mobilidade para o usuário final.

Porém para operações mais pequenas, a construção de um pequeno ambiente cloud próprio é uma alternativa válida. Um pequeno Cloudlet (pequena nuvem) pode servir como ponto de acesso intermediário antes da saída para o Cloud na internet. Esses pontos devem ser desenhados para rodar as operações e interagir com os usuários para ter a menor latência possível nos serviços. As implantações de IoT que já estão batendo na porta precisam especialmente destes itens para aplicações que requerem:

– Ter baixa latência end-to-end

– Lograr o máximo throughput entre os dispositivos e o servidor

– Ter comunicação local segura entre redes privadas

– Consultas em tempo real dos dados (analytics)

– Rápidas mudanças na rede mediante regras dinâmicas (para mobilidade)

A análise destes itens definirá as bases para a construção do ambiente.

Custo/Benefício

A possibilidade de trabalhar de um jeito dinâmico, rápido e flexível, desde qualquer lugar é uma oportunidade de melhorar a produtividade na Empresa; e a possibilidade de entregar essas funcionalidades na mão do cliente corporativo é uma oportunidade de fidelizar o cliente e entregar valor agregado de qualidade.

Qualquer pessoa gostaria de ter soluções que facilitem a tarefa diária e que permitam realizar atividades de jeito imediato sem ter que acionar terceiros para isto.

Como provedor, é possível que você já esteja carregando o tráfego de voz e dados dos seus clientes, porém que não esteja se beneficiando ao 100% com isso. Fazendo uso das tecnologias mencionadas o provedor pode se diferenciar no mercado e converter as soluções numa fonte de lucros, além de entregar para o cliente um único pacote de serviços, integrado, e com todos os produtos para suprir as necessidades.

Já existem diferentes propostas sobre protocolos que permitirão a mobilidade dos clientes através das redes de diferentes provedores, e esperam-se 1.000 milhões de usuários com tecnologia 5G no mundo para o ano 2023. Pelo que é um bom momento para começar pensar e trabalhar no fornecimento de serviços de valor agregado para que nossos clientes finais possam utilizar nossa tecnologia não unicamente sobre nossa rede, senão mas também sobre qualquer rede de terceiros.

Adrian Lovagnini – Engenheiro de Telecomunicações com formação em Finanças. Atualmente é Gerente de Operações da VoIP Group.

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