Aterramento – parte 2 (final)
Enviado em 16.02.2018

Aterramento – parte 2 (final)

Dando continuidade ao nosso artigo anterior, hoje abordaremos a parte interna das edificações quanto à proteção das pessoas e dos equipamentos contra descargas atmosféricas.

Dando continuidade ao nosso artigo anterior, hoje abordaremos a parte interna das edificações quanto à proteção das pessoas e dos equipamentos contra descargas atmosféricas.

Como dito anteriormente, tudo há de estar devidamente equilibrado. Se o prédio está devidamente protegido contra descargas atmosféricas conforme requisitos normativos (vide ABNT NBR-5419:2015), devemos agora nos preocupar em fazer com que tudo que está dentro da edificação, e até mesmo nas proximidades, esteja devidamente protegido.

Temos alguns requisitos básicos a atender, são eles:

  • Criar o melhor caminho para a corrente a ser dissipada, isto inclui a gaiola de Faraday já comentada no artigo anterior;
  • Vincular, ou seja, interconectar todas as partes metálicas da estrutura, como: dutos, eletrocalhas, racks, quadros etc, num ponto de referência (ou ponto de equalização). Essa vinculação leva em consideração unir todos os pontos metálicos em um só;
  • Garantir uma boa dissipação da corrente na terra.

 

Na mesma edificação de 10 andares citada no artigo passado, suponhamos a existência de, ao menos, uma sala de telecomunicações em cada andar (diga-se de passagem, é o mínimo esperado segundo as normas de cabeamento estruturado). Cada sala devem ter um ponto de equalização (uma barrinha de cobre que recebe cada uma das conexões metálicas do ambiente), e estas por sua vez estarão vinculadas entre si, entre os andares. É como se fosse um backbone de aterramento, uma cordoalha de cobre que desce e se conecta a cada barra de cobre até chegar à última barra (caixa de equalização), a qual estará na Sala de Entrada de Facilidades (ou Entrance Facilties), e a partir desta ao sistema de aterramento formado pelas hastes e suas cordoalhas.

Vejam que o que precisamos fazer é equalizar o sistema, com a menor resistência elétrica possível até a haste de terra. E, considerando uma boa condutibilidade da terra (ou baixa resistividade), propriamente dita, teremos – em teoria – um bom sistema de proteção. Em teoria porque precisamos de testes para observar se haverá um bom escoamento da corrente, testes de continuidade previstos na NBR 5419 e resistência ôhmica abaixo de 10 Ω, embora o arranjo do aterramento seja, às vezes, mais importante que a própria resistência.

Como já citado na norma NBR 5419-3:2015: Quando se tratar da dispersão da corrente da descarga atmosférica (comportamento em alta frequência) para a terra, o método mais importante de minimizar qualquer sobretensão potencialmente perigosa é estudar e aprimorar a geometria e as dimensões do subsistema de aterramento. Deve-se obter a menor resistência de aterramento possível, compatível com o arranjo do eletrodo, a topologia e a resistividade do solo no local.

 

Como podem perceber, um sistema de proteção não é algo tão simples assim. Como dizem no mercado: melhor não ter nenhuma proteção ao um sistema de proteção mal dimensionado. Ou seja, talvez seja melhor você correr o risco de não ter nada protegido ao criar um sistema que permita que a corrente de uma descarga qualquer nas proximidades retorne à sua edificação e provoque um sobretensão trazendo prejuízos indesejáveis, como, principalmente, a perda de uma vida.

 

Então, reforço mais uma vez, ao pensar em projetar seja o que for, busque a competência de quem já está no mercado com experiência suficiente para auxiliá-lo em sua demanda. Não economize nisso, pois pode ficar bem mais caro no futuro negligenciar esta etapa do seu negócio.

 

 

 

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