Projetos de Interconexão de Redes de Comunicação - ISPBLOG
Enviado em 15.09.2017

Projetos de Interconexão de Redes de Comunicação

A qualidade e eficiência de uma rede têm relação direta com o seu projeto, com as operações realizadas entre suas estações, com sua confiabilidade e seu custo operacional.

Seria possível desenvolver um projeto de interconexão de redes de comunicação sem utilizar uma metodologia de desenvolvimento e tecnologias adequadas? Em princípio, a resposta para esta questão seria que é possível sim. Entretanto, o resultado obtido, em termos de eficiência, qualidade e produtividade certamente estaria abaixo do esperado pelos usuários dessa rede. Um projeto como este pode estar condenado ao fracasso mesmo antes de ser iniciado se não resultar em vantagens e melhorias práticas para os usuários a que se destina. Afinal, os usuários da rede esperam soluções definitivas e econômicas para seus problemas e não apenas paliativos.

A qualidade e eficiência de uma rede têm relação direta com o seu projeto, com as operações realizadas entre suas estações, com sua confiabilidade e seu custo operacional.  Desta maneira, o projeto de interconexão requer selecionar tecnologias e escolher as configurações que atendam tanto os aspectos técnicos quanto os requisitos de seus usuários. Para tanto, é possível abordar tal projeto de diversas formas, mas a maioria dos projetos bem-sucedidos obedece algumas diretrizes fundamentais.

Para ser considerado eficiente, um projeto precisa satisfazer diversos requisitos, desde funcionalidades operacionais até a performance dos sistemas e equipamentos destinados aos usuários. Neste caso, o papel do projetista é elaborar uma estrutura eficiente, baseada em uma metodologia de trabalho e utilizando técnicas e ferramentas adequadas.

O primeiro passo para o projeto de interconexão é estabelecer e documentar as metas. Essas metas variam conforme a estrutura existente ou situação particular dos usuários. Entretanto, alguns requisitos básicos têm presença garantida em um bom projeto de redes:

  • Escalabilidade – A rede deve ser capaz de crescer junto com a organização e o projeto inicial deve garantir este crescimento, ou seja, a rede pode ser redimensionada no futuro ainda que uma expansão não seja necessária na atualidade;
  • Funcionalidade – A rede deve permitir aos usuários plena satisfação de suas necessidades, proporcionando uma disponibilidade de aplicação fim a fim em algum nível específico de serviço;
  • Adaptabilidade – A rede deve suportar as tecnologias atuais e futuras e não teve possuir nenhum componente que possa limitar a utilização de novas tecnologias disponíveis;
  • Gerenciamento – O projeto deve permitir facilidade de monitoramento e gerenciamento da rede para garantir a operação contínua do sistema e disponibilidade de recursos;
  • Custos – O retorno em benefícios proporcionado pela rede deve ser quantificado, devendo pagar ou superar o investimento feito no projeto. O custo de implementação do projeto de rede deve estar dentro do orçamento estabelecido.

Uma etapa do projeto envolve a topologia da rede, o que significa, na maioria das vezes, utilizar um modelo hierárquico onde a rede é dividida basicamente em três camadas: núcleo (core), distribuição (distribution) e acesso (access). Cada camada tem sua própria função e descreve um conjunto de funcionalidades distintas executadas em cada uma, bem como a topologia de rede associada. Em outras palavras, a rede será composta por camadas de função, onde em cada uma temos equipamentos dedicados a uma tarefa específica, com funções distintas em camadas distintas e funções comuns dentro de uma mesma camada, conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1 – Modelo hierárquico de três camadas

Outra etapa envolve a elaboração de um esquema de endereçamento por meio de atribuição de blocos de endereços para os segmentos da rede, objetivando simplificar a administração dos endereços e possibilitar uma interconexão mais escalável. Um esquema de nomes também deve ser adotado de maneira sistêmica, com prefixos comuns utilizados para nomear os componentes de uma organização. Essa convenção de nomes torna a rede mais escalável e fácil de ser gerenciada. Conseqüentemente, a alocação cuidadosa de nomes e endereços em um projeto hierárquico também pode resultar em tabelas de roteamento mais simples e eficazes.

A etapa seguinte atende a seleção do hardware de interconexão e envolve a documentação fornecida pelos fabricantes para selecionar os componentes mais adequados para a infraestrutura da rede. Os dispositivos mais comuns incluem roteadores, comutadores, switches, rede externa, servidores de acesso remoto, concentradores, entre outros. Este processo de seleção envolve considerações a respeito das funções e recursos disponibilizados em cada dispositivo, inclusive suas capacidades de expansão e gerenciamento. Obviamente que o custo de aquisição do equipamento também deve fazer parte do processo de decisão.

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