Planejamento de Redes Ópticas Subterrâneas - ISPBLOG
Enviado em 01.02.2017

Planejamento da Construção de Redes Ópticas Subterrâneas

É de conhecimento de todos que uma rede óptica subterrânea exige um investimento maior que a aérea, mas este tipo de rede tem suas vantagens.

redes ópticas subterrâneas

Na procura por interconexões de redes, chegada em grandes centros urbanos ou PTT’s, os ISP’s estão executando redes em Fibra Óptica de forma sistemática e planejada.

Quando falamos em Enlace de Longa Distância, podemos imaginar uma vasta composição de elementos, e dependendo da característica do projeto, podemos construir redes aéreas, subterrâneas ou até mesmo uma rede submarina.

Sabemos que a implantação de uma rede subterrânea requer um maior investimento, pois necessita de mais tempo e recursos do que um lançamento aéreo. Para que se tenha um bom resultado final, a fase preliminar poderá ser realizada com foco em alguns itens básicos, como:

– Levantamento prévio de prazo de execução e custo da obra;

– Minimização de problemas futuros, através de estudo minucioso dos trajetos e aplicação das alternativas necessárias para manutenção da confiabilidade da rede;

– Consulta a todos os Órgãos Públicos ou Privados competentes, em busca de obtenção de autorização de passagem ou anuência, sempre que necessário;

– Consulta das características dos locais de implantação, no caso da rede subterrânea deverá ser realizada vistoria no solo com objetivo de localizar tubulações existentes ou qualquer outro obstáculo que possa causar problemas, sobre os quais falaremos mais adiante;

Dependendo basicamente do interesse financeiro e necessidade de passagem, a rede poderá ser feita de algumas maneiras, apresentadas abaixo:

  1. Implantação em locais de travessia de rodovias de forma transversal, em locais de difícil acesso aéreo, com posteamento inadequado ou com necessidade de reforço;
  2. Implantação ao longo de rodovias, a rede é construída na faixa de domínio, dentro do canteiro ou na lateral, sendo que a definição dos locais de passagem é dada pelo órgão responsável pela rodovia;
  3. Implantação ao longo de ferrovias;

A avaliação do método de construção será realizada levando em conta além do custo de implantação, o valor cobrado pela detentora da rodovia ou ferrovia, e também a área de interesse do empreendedor.

Claramente a primeira opção nos leva a pensar que só será utilizado a passagem da rede por baixo do solo nos casos onde realmente não for possível lançar via aérea. Mas também devemos levar em conta a vantagem de se enterrar em locais onde possa acontecer algum problema, em qualquer dia ou horário, e assim agregar ainda mais valor na rede.

O prazo final de execução e o custo da obra são função direta de sua complexidade, e dependerão de fatores como: constituição do solo, profundidade da vala, distância entre caixas, interferências e locais de acesso;

Cada tipo de solo apresenta suas peculiaridades, sendo que a solução pode ser destrutiva, onde rompe-se a superfície para construção da infraestrutura e depois a mesma é reconstruída, ou Não Destrutiva, utilizada na maioria das vezes por provocar pouco, ou nenhum impacto ao pavimento existente.

As soluções compostas para aplicação nos diferentes tipos de solo (Normal, rochoso, pantanoso) devem ser levadas em conta, aplicadas juntamente com a Fita de Aviso e os dutos.

A profundidade da vala é determinada a partir do tipo de solo e características do ambiente. Normalmente utiliza-se de 1 a 1,2 metros para solos normais. Em geral, a profundidade da vala aumenta para solos menos resistentes e diminui para solos mais resistentes.

A distância entre caixas deve levar em conta principalmente o comprimento das bobinas e diferenças de relevo. O projetista, para obter o comprimento de cada lance deverá levar em conta o comprimento da bobina, fator de correção de relevo, reservas técnicas e emendas a realizar. A partir desse resultado escolhe-se os melhores locais para instalação das caixas de passagem, que normalmente são instaladas próximo de 1.000 metros uma da outra.

É considerado interferência os obstáculos encontrados na passagem da rede subterrânea, como: estradas, rios, edificações, entre outros. Nestes locais pode ser utilizado o Método Não Destrutivo, que pode ser definido como a solução para superação de interferências sem a abertura de valas.

O equipamento utilizado consegue executar o serviço de forma controlada. A tecnologia utilizada consiste na inserção de tubos que vão se emendando de forma longitudinal, com a aplicação de pressão hidráulica para abertura do solo nos locais de passagem de dutos, que são instalados em seguida.

A cabeça de lançamento é o equipamento que mapeia o solo e mostra ao operador as informações necessárias para completar o trajeto, monitorando posição, profundidade, ângulo de ataque da cabeça, e direção para qual está indo a rede.

Desta forma, um operador manuseia a máquina recebendo instruções de outro que caminha na mesma direção da instalação, e vai informando a direção a ser tomada pela cabeça de lançamento.

Os dutos instalados deverão ser do tipo PEAD, para os diâmetros de 32, 40 e 50mm são denominados Subdutos e atendem os requisitos técnicos da NBR 14.683-1 – Sistemas de Subdutos de Polietileno para Telecomunicações. Para os diâmetros de 63 a 200mm, são denominados Dutos e devem atender os requisitos da NBR 15.551-1 – Sistemas de Dutos de Polietileno Subterrâneos de Energia Elétrica ou Telecomunicações.

Os locais de acesso são definidos com base nas características do produto final. A rede pode sair diretamente nos postes da Concessionária, ou em outros locais que forem definidos em projeto, utilizando implantação de poste junto a última caixa para saída do cabo aéreo.

A construção de redes subterrâneas deve ser planejada com bastante cuidado, buscamos aqui repassar algumas informações sobre o processo, mas o mais importante é consultar seu Projetista de Redes, ele pode lhe falar quais são as alternativas disponíveis na sua região, e qual a melhor solução para o seu empreendimento. Pois as obras só não podem ficar no papel!

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