STFC: Passado ou Futuro? - ISPBLOG
Enviado em 05.08.2016

STFC: Passado ou Futuro?

Não é novidade para ninguém que exista uma migração no modo como os consumidores se comunicam. A queda no número de assinantes total do ilustre STFC é notável. Resta saber: E ai quem tem culpa?

A rentabilidade Futura do STFC (serviço telefônico fixo comutado) está nas operações de nicho de mercado e também nas possíveis mudanças da regulamentação que tendem a flexibilizar o serviço.

Não é novidade para ninguém, seja do meio das telecomunicações ou usuários em geral, que exista uma migração no modo como os consumidores se comunicam. No cenário atual esta transferência se dá a partir do serviço de voz para o crescente consumo de dados.

Com isso a queda no número de assinantes total do ilustre STFC, que no início era o queridinho da população, é notável, principalmente no que tange as famigeradas concessionarias. Porém, por exemplo, o número de assinantes de telefonia fixa das autorizadas cresceu nos 11 primeiros meses de 2015, segundo dados da Anatel.

Resta saber: E ai quem tem culpa? É a regulamentação? São as concessionárias? É o modelo de concessão adotado pelo pais?

Se você apostou todas as suas fichas em só uma das respostas acima, sinto lhe dizer que estas fichas você não recupera mais, a resposta correta seria todas as alternativas anteriores.

A regulamentação das concessionárias engessa as operações e deixa pouco espaço para o STFC inovar e ampliar o leque de opções fornecidos aos assinantes.

Já a regulamentação da autorização, no qual é prestada pelos provedores, é bem menos exigente e mais branda, principalmente no que se trata operadores com menos de 50 mil assinantes o que permite um espaço maior para manobras e estratégias de atuação.

As redes das concessionárias ficaram, em parte, obsoletas no que tange sua prestação e demoraram a perceber a necessidade de inovar e angariar novas fatias de mercado, seja por novos serviços ou agregando valor aos serviços que estas já possuíam, pois, por um longo período de tempo elas eram as “donas do pedaço” e se acomodaram no que tange o serviço referente a concessão.

No mesmo caminho o modelo de concessão que abarrota as concessionárias de obrigações, que se viam necessárias quando o serviço de telefonia não havia sido difundido, e ainda era o serviço de telecomunicação primordial, tendo que na época a internet engatinhava a uma velocidade de 56kbps e ainda discado, cobrado por pulso, fez com que estas perdessem rentabilidade em diversas áreas e ficassem com medo de inovar e investir em rede ante o risco da reversibilidade dos bens.

Este trio combinado (Regulamentação, modelo de concessão e concessionárias), estava diferentemente de outro trio famoso os Bee Gees, que mesmo depois de passado décadas se mantém relevantes, fadado ao fracasso.

Pois bem agora você deve estar se perguntando “então o STFC assim como os Bee Gees são sucessos do passado?”. A resposta é não, assim como a música deste último o STFC ainda pode ser Hit e fazer muito sucesso, a questão é se reinventar.

O STFC é essencial para uma grande e rentável fatia do mercado, o mercado corporativo, sejam as corporações que necessitam de troncos E1 e DDRs, lojas, restaurantes, call centers, empresas de vendas e operadoras comerciais.

O futuro do STFC está nos mercados de nicho, além dos residenciais, fatias específicas que irão precisar de transmissão de voz por muito tempo. Oferecer serviços completos de internet e telefone e como forma de adicionar valor a este último com opções de siga-me, secretaria eletrônica, bloqueio de chamadas que, além de fidelizar o cliente atrai fatias de mercado dos clientes corporativos e torna este serviço atrativo e rentável. Existe Mercado para o STFC e este só precisa ser visto para ser abraçado.

A tendência no campo regulatório é a flexibilização, não cabe aqui profetizar sobre quais mudanças estão por vir, porém com o provável fim da concessão várias portas se abrirão e talvez um boom de inovações poderão acontecer principalmente no que tange a possibilidade, remota, de telefonia sobre a rede IP.

Contudo há indícios de que nos próximos 2 a 3 anos os serviços de telecomunicação sofram uma mudança e a tendência é que este migre para o Serviço Convergente, como exposto em voto por conselheiros da Anatel. Porém não há tempo para perder com oportunidades no mercado como se encontram no presente.

Além de que com o STFC é possível agregar valor à infraestrutura já implantada, como por exemplo em fibra optica, a rentabilidade desta infra será mais alta e melhor aproveitada com a possibilidade de múltiplos serviços passando por ela, além do leque de possibilidades de rentabilização com transporte que se abrem neste mercado.

Como os discos e músicas do trio referido acima, o telefone sempre terá um espaço nas residências, talvez não em todas, pode ser que menos do que se havia nos anos 80, mas assim como “Saturday Night Fever” o telefono Fixo (STFC) é um clássico e seu desaparecimento é muito improvável. Cabe ao prestador de serviço renovar esta batida e transformar algo que parece obsoleto em Hit pois existe mercado para isso.

 

Texto desenvolvido em parceria com:

Daniel Lattanzio
Projetos e Desenvolvimento Solintel

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