IPv6: tudo o que você precisa saber - ISPBLOG
Enviado em 02.11.2015

IPv6: tudo o que você precisa saber

Para substituir o IPv4, os provedores de internet passarão a disponibilizar endereços no protocolo IPv6. A sexta versão do protocolo de IP foi criada para atender ao aumento de demanda dos aparelhos por mais conexões de internet que surgiu nos últimos anos… Leia mais!

Em 2014, a entidade responsável pelo registro de endereços IP no Brasil, o Núcleo de Informação e Coordenação do ponto BR (NIC.BR) anunciou que o estoque de endereços IPv4 da América Latina e do Caribe tinha sido esgotado. O fim do catálogo de endereços da nossa região aconteceu dois anos após o fim dos endereços asiáticos (em abril de 2011) e dos europeus (em setembro de 2012).

Para substituir o IPv4, os provedores de internet passarão a disponibilizar endereços no protocolo IPv6. A sexta versão do protocolo de IP foi criada para atender ao aumento de demanda dos aparelhos por mais conexões de internet que surgiu nos últimos anos. Se você quer saber mais sobre essa mudança silenciosa que está ocorrendo na nossa internet, leia o texto de hoje!

O que é o IPv6?

O Protocolo Internet, ou IP, foi criado para que diferentes dispositivos conectados à internet conseguissem trocar informações pela rede. A quarta versão do IP, a IPv4, tem sido utilizada desde 1983. Ela é capaz de suportar apenas 4 bilhões de endereços. Para substituir o IPv4 e permitir que novos endereços sejam distribuídos, foi criado o IPv6. Ele suporta até 2^128 ou 3,4×1038 endereços, o bastante para aguentar a demanda por IPs nos próximos anos.

Além de computadores, telefones e tablets, a internet das coisas trará uma quantidade enorme de aparelhos para as nossas conexões. Serão lampadas, cafeteiras, termostatos e uma outra infinidade de aparelhos compartilhando dados pela rede.

Ao contrário do IPv4, o IPv6 possui 128 bits de espaço para os endereços. Os IPs são representados por meio de 32 dígitos hexadecimais divididos em 8 grupos separados por dois pontos. Nos próximos anos, ambos endereços funcionarão lado a lado, até que a implementação do IPv6 seja concluída. Quando isso ocorrer, a internet poderá suportar até 340 undecilhões de endereços IP simultaneamente, todos escritos com letras e números.

Por que precisamos do IPv6?

O Protocolo Internet tem como uma de suas principais características o fato de que cada computador ligado à internet deve ter um IP único. Eles são controlados centralmente e a sua distribuição é feita mundialmente pela IANA (Internet Assigned Numbers Autority). Ela distribui endereços para as entidades regionais, que assinalam blocos para as entidades locais, responsáveis por distribuírem os IPs entre os provedores de internet. Na América Latina, a LACNIC repassa os blocos de endereços para o NIC.BR, que é o responsável por redistribuir os endereços aos usuários finais.

A falta de disponibilidade de endereços de IP impediria novos usuários e dispositivos de se conectarem à internet. A expansão dos serviços e produtos distribuídos digitalmente ficaria comprometida. Com o IPv6, mais endereços estarão disponíveis para os usuários, impedindo o fim do crescimento da internet nos próximos anos.

Tipos de endereços IPv6

Para que a distribuição de endereços fosse otimizada, foram criadas três categorias de IPs. São elas:

  • Unicast: Utilizado em redes ponto-a-ponto, ele define uma única interface. Dessa maneira, todas os pacotes de dados são enviados somente para o IP do destinatário.
  • Multicast: Essa categoria permite que dados sejam entregues a todos os endereços de IPs que pertencem a um grupo específico.
  • Anycast: Com funcionamento semelhante ao multicast, essa categoria possui como diferencial a entrega de dados feita à interface do grupo mais próxima. Tende a ser utilizada preferencialmente por servidores de DNS.

Como o IPv6 atingirá o mundo corporativo

A implementação do IPv6 nos servidores de companhias e em suas redes é fundamental para a competitividade das empresas nos próximos anos. Os gestores de TI devem verificar se os equipamentos de rede utilizados hoje são compatíveis com o novo padrão e se atualizações de software serão necessárias. Gastos com troca de dispositivos antigos também devem ser levados em conta.

Com o novo protocolo, o NAT deixará de ser utilizado. Com isso, a construção de soluções que utilizam conectividade ponto-a-ponto será simplificada e dispositivos portáteis poderão funcionar melhor e com menos instabilidade. Já o IPSec permitirá a criação de VPNs e conexões de acesso criptografado com mais facilidade.

A internet não foi projetada para ser o que é hoje. De uma rede restrita às instituições de pesquisa acadêmica e para uso militar, a rede mundial de computadores cresceu exponencialmente após o início da sua exploração comercial. Em pouco mais de duas décadas, quase todos os blocos com 4.294.967.296 endereços foram distribuídos para os provedores de internet.

O fim dos endereços IPv4 não representa o fim da internet como conhecemos. Com a implementação correta do novo padrão, não há o que temer, pelo contrário. O IPv6 permite que novas aplicações, serviços e padrões de rede sejam criados, melhorando soluções em TI. Com o IPv6, e as suas tecnologias de performance e segurança (como o IPSec e ICMPv6), as nossas conexões serão mais seguras e confiáveis. E você, já está preparado para o IPv6? Conte pra gente!

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